quinta-feira, 24 de julho de 2014

Criança

19- A criança interior Querido diário, Andei refletindo e percebi que há realmente uma relação entre a contação de histórias e a nossa criança interior... Quando estou contando uma história, naturalmente eu me sinto como no tempo da infância, fazendo charme, manha, gracinhas, travessuras, bobices, caretas. (Essa visão é poética, talvez tenhamos todas as nossas idades simultaneamente, sabia?) Então, quando nos permitimos sentir essa criança interior, podemos nos libertar das amarras das convenções, dos preconceitos, das pressões, das limitações. Acho que, de algum modo, eu sempre conto histórias para crianças, ainda quando a audiência seja composta por jovens, adultos ou idosos. Isso porque as tramas podem despertar a criança interior que habita em cada um de nós. Com as histórias, posso abraçar crianças interiores que, por vezes, estão aprisionadas, sufocadas, maltratadas. A criança interior abandonada pode nos tornar adultos excessivamente temerosos de cometer erros, sempre à procura da aprovação dos outros e de reconhecimento. Quando consigo acalentar essas crianças interiores, durante os fios da narrativa, ficamos todos com a mesma idade: a idade das descobertas! Descobrimos que nossas histórias se parecem, que desejamos nos espelhar em heróis, que gostamos de bailes e carruagens, que torcemos empolgados por finais felizes. Estudiosos garantem que o encontro com a criança interior cura feridas, diminui o stress, resgata a alegria de viver, pois nos permitimos brincar, ousar, cativar. Muitos aconselham para adultos atividades como circo, parque de diversões e contação de histórias, com o intuito de se promover um reencontro com nossas emoções da infância. Sabe de qual história eu me recordei agora? As roupas novas do imperador!... Todos podemos ser aquela criança sincera, corajosa e espontânea, que se mostrou autêntica no momento em que o imperador desfilava nu. Precisamos despir a capa dos superficialismos, a fim de sermos intensos em nossas emoções e sentimentos!

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