Conheça as aventuras de uma contadora de histórias e se encante com o maravilhoso universo da literatura infantil!...
quinta-feira, 24 de julho de 2014
O boom
12- O boom da contação de histórias
Querido diário,
Estamos presenciando um verdadeiro boom da contação de histórias. Multiplicam-se cursos, oficinas e workshops para contadores. Vários congressos, simpósios e encontros promovem maratonas e cirandas de histórias.
Além disso, está ocorrendo, igualmente, uma profusão de sites e de blogs, com o objetivo de divulgar o trabalho de contadores de histórias, bem como eventos e comercialização de produtos.
No ano passado, participei de uma oficina e logo no primeiro dia um participante afirmou que procurara o curso com vistas a uma espécie de profissionalização, já que a contação lhe parecia uma atividade muito frutífera financeiramente.
Dizem que a contação de histórias já é negócio de gente grande...
A atividade realmente tem crescido e arregimentado um público cada vez maior, composto por todas as faixas etárias.
Acho que esse boom se deve muito à atual tendência de valorização da leitura e do olho no olho, que aproxima as pessoas. De fato, hoje se reconhece que a função das bibliotecas não consiste apenas no empréstimo de livros, mas sobretudo na promoção da leitura.
Estudiosos afirmam que se trata de uma reação ao ritmo frenético do mundo atual, em que o contato entre as pessoas simplesmente escasseia cada vez mais.
Deste modo, o ressurgimento da contação de histórias está ligado ao contexto do culto à tecnologia, ao imediatismo, ao superficialismo, bem como à tendência às relações humanas descartáveis. Isso porque a narração de histórias é um maravilhoso convite ao ouvir, ao escutar o outro e à consequente socialização das pessoas.
Além disso, esclarecem os teóricos que há muita reprodução de conhecimentos e excesso de informação, mas pouca qualidade nas relações interpessoais.
A contação de histórias não deve, portanto, ser rotulada como um modismo, mas como um reflorescimento literário e cultural.
A profissionalização do contador de histórias parece ser um caminho, mas a narração não pode ser posta a serviço de parafernálias técnicas, a fim de que não perca a sua naturalidade e tocante simplicidade.
Acadêmicos afirmam que não se deve estimular uma indústria de espetáculos, quais se fossem mais um produto de consumo de uma cultura massificada, onde as coisas vêm prontas, mastigadas, plastificadas.
A contação de histórias precisa se tornar uma prática cotidiana e democrática, a fim de estar ao alcance de todos, como uma espécie de investimento afetivo!
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