Conheça as aventuras de uma contadora de histórias e se encante com o maravilhoso universo da literatura infantil!...
quinta-feira, 24 de julho de 2014
Lendas
30- Lenda indígena
Querido diário,
Hoje contei uma lenda indígena para uma turma do 3º ano.
No meio da história, dois alunos entraram na sala brigando e simplesmente “roubaram a cena”. As crianças apontavam os dois para a professora, que não tomou nenhuma atitude, por estar envolvida com seu diário de classe. Eu não tive como prosseguir a história...
Separei os dois e apenas perguntei: “Sabiam que vocês estão perdendo a história do índio carinha-pálida?”
Eles pararam de brigar e voltaram para seus lugares.
Esse episódio provocou-me reflexões.
Por que não me assegurei de que todos os alunos da turma estavam presentes antes da dar início à história? Deveria ter pedido a ajuda da professora quando me dei conta da briga? Poderia ter incluído algum episódio de brigas ou guerras na história do indiozinho e tocado na questão indiretamente?
A professora sempre ameaça a turma, afirmando que, se não se comportarem, não ouvirão mais as histórias.
Ameaças me incomodam muito, muito.
Certa vez, em uma oficina, uma senhora me endereçou uma pergunta sobre disciplina. Eu afirmei que normalmente eu não enfrentava esse tipo de problema, pois as crianças ficam vidradas na história e prestam bastante atenção.
Contudo, sugeri que ela olhasse nos olhos das crianças e se aproximasse mais das que estivessem dispersas, fizesse um carinho em uma, baixasse o volume de voz para atrair a sua atenção.
Ou que combinasse as regras com a turma antes da contação de histórias, de preferência de uma forma lúdica, com cartazes ou música, por exemplo.
Mas, além disso, acho que ter mais alguém, ajudando o contador na disciplina da turma, é fundamental.
Há, igualmente, a opção de levar histórias que versem sobre a importância do ouvir, do escutar, do ter um bom comportamento, do ser pacífico...
Nada deve ser feito, porém, com rispidez ou com um tom autoritário para não quebrar a magia do momento.
Enfim, são caminhos, não são receitas.
O importante é reconhecer que os contadores de histórias são muito mais educadores do que recreadores!
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