quinta-feira, 24 de julho de 2014

Evite

24- O que devemos evitar Querido diário, Hoje, resolvi enumerar alguns procedimentos que devo evitar na prática de contação de histórias.  Pausas em excesso: acho interessante, por vezes, parar a história a fim de dirigir perguntas à audiência ou tecer um comentário particular sobre algum episódio mais marcante da trama, mas esse procedimento em excesso pode comprometer o fio da narrativa, entende? Posso quebrar o clima da história e causar uma dispersão do público.  Explicações da história: já vi casos de contadores que, ao final da contação, explicam a história nos mínimos detalhes, por vezes subestimando a plateia. Na verdade, cada ouvinte possui uma experiência particular de entendimento da história e devemos ter cuidado para não impor nossa interpretação da trama.  Objetos redundantes ou em grande número: certamente, podemos utilizar objetos na contação, mas é importante que eles representem um desafio para a criança, para a sua imaginação. Por exemplo, um leque pode virar uma borboleta ou uma saia rodada. Mas não devemos usar objetos em excesso, pois podem desviar o foco de atenção dos ouvintes, fazendo que eles se esqueçam da narrativa em função da parafernália de materiais. Simplicidade sempre encanta.  Posturas autoritárias: devemos evitar fazer longos discursos sobre a importância do silêncio para a escuta das histórias. Precisamos confiar no convite criativo ao maravilhoso, crendo que as crianças vão se envolver realmente com a história, vão respirá-la conosco. Se houver dispersões por parte de um ou outro, usemos um sorriso, um afago, o olho no olho...  Ignorar a audiência: não devemos embarcar sozinhos no mundo das histórias e ir para bem longe da plateia. Precisamos estar presentes para incorporar à nossa performance as coisas que acontecem durante a contação. De fato, tudo deve ser revertido em favor das histórias. Não devemos querer contar a história do jeitinho programado não importa o que houver. Sejamos flexíveis e ousados.  Não gostar da história: o ideal é escolhermos uma história que nos seduza e motive para que possamos passar esse encantamento para as crianças. Por isso, devemos ler bastante, a fim de ampliarmos o nosso leque de opções.  Não ter cuidado com o espaço: precisamos escolher bem o local onde vamos contar a história, para não sermos surpreendidos com excesso de cartazes, objetos chamativos, proximidade com locais barulhentos, etc. Com certeza, há outros procedimentos que devem ser evitados, mas esses são alguns que selecionei com base em leituras e na minha própria experiência. Aperfeiçoemos o nosso trabalho, buscando sensibilização e capacitação. Afinal, contar histórias é uma arte, a arte do imaginário!

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